terça-feira, 30 de setembro de 2008

O BASTÃO

Sobre como o bastão é o nosso Mestre-Mor, sobre a auto-crítica, a falta de fé, o amor próprio nulo, o não-domínio do meu tempo, da minha cena. Sobre a dificuldade de me tronar uma ATRIZ. E sobre a vontade. Sobre eu não ser dona do meu tempo em cena, sobre eu me desculpar por existir em cena, sobre desistir. Sobre eu desvalorizar o que faço, sobre eu querer minha mãe mas já tá na hora de me virar sozinha. Sobre o baque do bastão da aula da Mari de quarta passada. O baile que ele me dá. O medo que ele me bota. Sobre a competição. Sobre a raiva. A insegurança. E sob tudo isso estou eu. A verdadeira. A que custa a se mostrar, mas dá amostras em pequenas doses. Homeopáticas.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

29/09

Salve galera!!!!
Mais 10 pags de texto... tem trampo ai, hein?
MC²

Reunião Diálogos: ELT e Sta. Terezinha

No último encontro tivemos uma conversa com Ed e acordamos algumas coisas , dentre elas:- O projeto formação de público começa a caminhar separadamente através de um núcleo de estudos às quarta feiras às 17:00. Haverá uma parceria com o núcleo de pedagogia. Está de portas abertas à todos.- Se faz necessário pelo menos um primeiro contato com as entidades no entorno pra estabelecer um primeiro contato e sondar demandas da comunidade, conhecer a história do bairro, as figuras importantes e, nesse aspecto, estabelecer um relação de AFETO com a comunidade. Achamos que dessa maneira é possível que os moradores se aproximem sem, necessariamente, estar vendendo um produto (divulgação de uma peça). Parece um caminho mais durardouro.- Vai rolar o " ALÔ TEREZINHA"!!!!!!! (Parabéns Neimar, tds adoram esse nome) dia 31/10. Guardem essa data e já comecem a divulgar, afinal, precisaremos da ajuda de todos. Será um dia antes da mostra, no domingo. Precisamos fechar programação quem quiser sugerir... tá valendo!!!!- Por último: nossos encontros serão todas SEXTAS às 17:00. Apareçam pra dialogar!!!!
bjokitas saradinhas.
MC²

Registro elaborado por Thaís Dias - primeiro semestre



Sem muita poesia relato o que vivemos em 14/05 e 15/05/2008. Vamos agora relembrar de todos os oitos, há no palco um Atlas do Corpo Humano, tridimencional, infantil, é curioso.
A mestra Mariana informa 5 ou 6 metros de intestino, Rim, Fígado , o Pulmão do tamanho das costelas acima do diafragma, Útero do tamanho da palma das mãos. O bebê fica perto da xoxota, não passe a mão nas minhas vísceras. UFA!!!
Como Deus criou o Homem harmoniosamente: Talos, Tíbia e Fibia, assim como, Radio, Uno e Úmero se organizam.
O bebê nasce com 350 ossos e crescendo se unem tornando-se 206. Hã ?
O catso do Occipital é uma das quatro partes do crânio. Bento.
Coluna! Cervical, dorsal ,lombar...os nervos passam nas laterais enquanto a medula passa pelo meio da vértebra. Atlas é primeira vértebra, e não conseguimos tocar, a primeira que temos contato é a Acces. Daí saem sete vértebras cervicais, mais vinte e quatro dorsais, quatorze de cada lado.
Costelas, Clavicola,Omoplatas, os arcos do corpo ...ai ai ai Thiago!!!

Os 20 agora são 1o de cada lado tarefa: Qual é a estratégia de comportamento da STIRP no tribunal para que consigam um Julgamento Político?

Grupo 1: Em cena a Juíza e o Escrivão sua maquina é regida ao som de um Atabaque, a Juíza chama para o tribunal o Corpo de Jurados que se acomodam, do outro lado vemos os Réus. A sessão começa, o Tribunal só quer os dados pessoais dos acusados. Ao passo que vão sendo intimados, não respondem, riem, cantam o som do Atabaque torna-se base para essa rebelia que é transformada em Poder; Os réus agora somos nós, somos expulsos do Tribunal por mal comportamento.
_Grupo teve clareza com o júri, abusou da inversão de papeis, coro-juri-plateia, porem Humor não é gracinha, a cena revela.

Gurpo 2: Com uma abordagem diferente a cena começa com a Promotoria se dirigindo as testemunhas, a Defesa acha absurdo e protesta, pede a palavra, Protesto negado! diz a Juíza , assim segue até que as testemunhas vomitam em plenos Tribunal e ao invez da faxina que... Não precisa bater na porta para entrar nem fazer cena ou cerimônia...a STIRP invade o Tribunal black out. Luz de volta e tudo vira Circo as atrações ...A família Laika, A musa da defesa, La Justiciera, e o Grande Palhaço... mas onde está Ordem no Tribunal ? ouve-se por ultimo Protesto negado!
_Aqui há um corte do realismo para o onírico, a sugestão é que executemos do Real para o Absurdo. A entrada da Estirpe lembra o “Laranja Mecânica”, o enfrentamento exige violência então que seja, os grupos reformulam as cenas após a discussão.

O coração quer parar a ferida aberta... de modo muito mais conciso, o grupo se apresenta dinâmico, revolto e nos expulsa novamente ... TERROR.

Com vocês a nossa próxima atração ... O grande Circo: Tudo aquilo que vocês jamais pensaram ver, Aquilo que sempre sonharam ser ... vai começar vai começar vocês vão ver, chorar , gritar Eu cheguei até a apanhar ! o grupo chegou mostrou a voz, provocou ... Quem é que ia imaginar!
Não muito satisfeitos despedimos, fica ainda a sensação de que diferente poderia ser feito, diferente nós faríamos.

sábado, 20 de setembro de 2008

Compor

Mú-si-ca.
Aprendi isso com o Gustavo. Uma coisa chamada música.
E no teatro, cabe música?
Como uma luva, eu diria. E diria mais: não cogito mais usar música gravada em teatro. Por quê ao vivo, assim, com os atores cantando e tudo me parece fazer tão mais sentido?
Aí eu compus uma música que eu achava que era muito ruim, mas aí, por enquanto, é ela que abre o nosso espetáculo. Então eu tinha mesmo composto uma MÚSICA? Como pode ser isso?!
Isso não é trabalho só para aqueles caras que lêem e escrevem notas musicais, partituras, aqueles caras que treinam os dedos no piano o dia todo, aqueles Chicos, Caetanos, Gilbertos Gils, Jobins, não é só pros gênios?!
Então. Não, não é. Muita gente da F10 tem composto músicas incríveis. É lindo de ver, ouvir e de cantar todo mundo junto. É lindo que é acessível e possível essa coisa-compor. Que como diria Rogério, é "Pôr com". Aí a gente põe palavra com palavra, com melodia, com violão, com batuque. Aí a gente põe tudo com. E acaba compondo. Assim. Simples. Indolor. Basta sentir, eu diria. Basta estar vivo, ter ouvido música quando era criança, ouvir a música das palavras, das pessoas, a música que a cidade faz, basta ouvir para por com, para compor.
Então, dentro do nosso espetáculo, vão aparecer diversas porcomsições que temos trabalhado. Aí no espetáculo a gente põe tudo com tudo! Gente com cadeira, palavra com música, luz com palco, dança com teatro, texto com ator. Tudo junto. E vamos ver no que vai dar.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Relato de um jovem perseguido pela neura Por Leandro Evangelista

Domingo, 07 de setembro de 2008. Dia do aniversário da minha mãe.
Vou assistir a uma peça da qual não gosto e no caminho pra casa decido que serei eu o responsável pelo registro das aulas da semana.

É... depois de ter ouvido tantos registros tão bem feitos vai ser difícil realizar essa proeza.

SAI.

Chego pra aula de dramaturgia com os sentidos mais abertos do que de costume pra não perder nenhum detalhe...

Hum... Então quer dizer que só agora que vai fazer o registro resolveu ficar inteiro nas aulas?

ME – DEIXA – EM – PAZ.

Improviso da cena de interrogatório das testemunhas do Shopping Center. Sentamos e discutimos por horas. Me sinto até bem participativo.

E... blá blá blá só, não adianta não. Leva pra cena.

Que cena? Nem deu tempo.

Me vejo assim: dou uma idéia e logo a repenso. Logo a rejeito. Sempre tem um “mas”. Será por reconhecimento de serem mesmo ruins minhas idéias ou falta de auto confiança em mim.

Isso não é terapia! É o registro da semana.

SAI NEURA.

Também me sinto num túnel escuro, colaborando pouco às vezes, com a cabeça do tamanho de um globo, etc, etc, e tantas outras qualidades que já apareceram aqui.

Nossa! O que significa tudo isso?

Significa a bagunça que é morar em mim.

Volta pro registro!

Tá bom.

Senta a bunda na cadeira e escreve. Não. Tira a bunda da cadeira, levanta. Senta a bunda na cadeira. Tira a bunda, põe a bunda. Vai bunda vem bunda. Cai um aqui, trepida outro ali.

(Suspiro) Ai, Ai, cansei. Haja perna hein.




É filho, ator treina. É preciso estar pronto.


Tenho a sensação de que já é meia noite, por causa do cansaço e por parecer sexta-feira. Mas opa peraí. Ainda é terça.

Sendo assim, então trate de recobrar suas forças e continuar o treinamento.

Puta merda!!! Cortei o pé.


Hum....Puta merda é.....sei.....no fundo é mais uma desculpa pra poder descansar um pouco. Preguiçoso.

SAI DAQUI NEURA JÁ DISSE.

Palavra. Palavra. Com passos rápidos no breu já estamos na quarta-feira correndo no mud até a boca de cena. Palavra. Palavra. De repente, corpos caem. Logo se levantam, mas tornam a cair. É como chuva. Chuva saindo da terra, caindo de baixo, caindo pra cima.
Mas as trilhas nos levam. Com a Bjork senti vontade de viver.
Percebo que a música unifica. Ela torna comum

ou incomum

o que o texto mostrou

ou não mostrou.

PORRA NEURA.

O exercício é: encontrar possibilidades de música dentro do próprio texto.

Não. Não. Não. Não é isso. O exercício era: encontrar variações melódicas nas falas dos personagens da Estirpe.

Puta que saco. Como é metódica. A gente tá falando a mesma coisa cabeção!

Um puta exercício hein neurinha.

É mesmo.

Sabe que eu fiquei pensando que se a gente tivesse feito por mais tempo ia aparecer muito mais coisa bacana.

Nisso a gente concorda.

E com esse prévio aquecimento cantamos em meio a platéia, vazia ainda é verdade, mas com uma potência que me arrepiou a nuca. Que orgulho! Como é bom fazer parte desse núcleo, desse grupo, dessa neura.

Também acho.



Relatório lido pela Leandro na aula do dia 18/09/2008 da Mariana Senne.
Dia em que tivemos aula no Teatro Fábrica e assistimos ao "Fausto.Org"

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

L í n g u a

Que língua é essa
tua nessa boca suja
saliva não é a minha
contagia?
De que solo sai essa sua
voz ciferação?
Aqui cifrão é o mesmo
mas a língua continua sua?
Língua de boi
virou comida
nessa boca que tritura vivos
Qual é a língua bovina?
De que solo? Que saliva?

Fala mais alto preu te entender
Que fome é essa que essa tua língua saliva?
Tua boca
tua estopa
teu estômago vazio
bota medo nessa nossa norma culta

Fala comigo normal
O mal que essa tua língua pronuncia já virou comida pra essa nossa norma culta
que tritura dentes fortes
filhos fartos.

BENVINDOS

De maneira geral, para atualizar os navegantes destas bandas virtuais que aportaram sem querer neste Blog em construção de uma turma de teatro que também está em construção:
Portanto. Formação X da Escola Livre. Ei-nos.
Estamos enfrentando nosso último ano na Escola. Fase final da gestação, da qual nunca saímos prontos, mas já tem pulmãozinho em potencial, pezinho sem função ainda, orelha e olhos preparados para ver. Ver o quê?
NEKROPOLIS. Nosso mundo e nossa peça convergindo para um mesmo lugar: o palco. Ou será a platéia?
Os de nós só sabe o que sabe. E o que fez e faz é o que os de nós é. Tem um Roberto Alvim escrevendo a Nekropolis. Tem um Gustavo Kurlat dirigindo a Nekropolis. Tem Luís Mármora e Mariana Senne interpretando conosco. Tem Juliana Monteiro criando criando criando sem parar.
Tem um monte de gente trabalhando junto pra fazer alguma coisa surgir. É bonito de ver e de vivenciar. Ainda bem que começamos a registrar agora.
Então, sejam benvindos ao caos, ao blog, aos registros, processos, procissões, súplicas e exclamações dos de nós. Aportem à vontade. Deixem suas marcas. Vamos contar história juntos!!!

De uma ansiosa (consciente) Por Thaís Navas

O que eu preciso fazer para conseguir me comunicar?
O que eu preciso fazer para conseguir fazer uma música?
O que eu preciso fazer para conseguir dançar tão bem?
O que eu preciso fazer para conseguir fazer tudo isso ao mesmo tempo em cena, neste espetáculo?
Eu falo outra língua. Gostaria muito de ser ouvida. E cá estou para ser ouvida!! e...
ai ai ai ai o que eu quero dizer? Tem que ser interessante, todo o mundo vai ver... ééé...
Vai, do começo:
Músicas foram criadas em grupo com muita rapidez, entramos nas aulas com muita lentidão. Mariana rouca eu chamei, eu chamei, eu chamei para passar o passadão. Luís chamou chamou chamou, foi buscar para passar o passadão... Juliana: "HEI! (...) Parou, parou! Devolve a agressividade do meu grito com mais agressividade, mechuta aqui na frente, quebra essa parede aqui!! E repetimos o passadão (sem trabalhá-lo).
Quebrar uma parede ia bem.

Desespero foi uma palavra recorrente essa semana, inclusive na minha boca. Desespero e ansiedade, muita ansiedade.
Tantos altos e baixos.
Tantas coreografias.
Tantas músicas.
Tantas possibilidades criadas nas improvisações e "os personagens centrais não cantam". Não sei o quanto compreendo.
"Texto árido, muito contemporâneo" - às vezes muito hermético, às vezes muito livre, não sei o quanto compreendo.
Encaixar a imobilidade deste texto e a linguagem de um musical! aaai não sei o quanto compreendo!!

Se o movimento está na iluminação, ainda estamos usando a geral.
Se não sabemos falar este texto, cadê a Lúcia?
Se é um musical, não tem nenhuma música nesta montagem.
E se as minhas descobertas corporais têm sido tão intensas, por quê eu não as estou usando?
Ta devagar.
E na sexta, a energia Suzuka... ferve, circula, pisa, grita, soca! E divide o peso que a gente carrega com o outro...
Aaah... E respira...

Relatório da Thaís, lido na aula do Luís Mármora do dia 17 de setembro de 2008.